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Europa tem de preparar-se para centenas de milhares de novos refugiados este inverno


 O próximo inverno será ainda mais caótico do que o anterior e a Europa terá de responder a diversas necessidades, entre elas o acolhimento dos que a guerra e o frio obrigam a abandonar as suas casas e cidades natal.

Desta vez, o alerta foi feito pelo chefe do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) Jan Egeland que estimou que, nos próximos meses, centenas de milhares de refugiados ucranianos precisarão de refúgio, mas não só.

Egeland descreve como “terrível” a situação em que se encontram os civis que ainda permanecem na Ucrânia com infraestruturas danificadas, pouca energia e abastecimento de água reduzido. “Estamos numa corrida contra o relógio. Muitas destas comunidades da linha da frente têm recebido pouca ou nenhuma ajuda nos últimos meses”, disse.

“É realmente uma escolha entre congelar ou fugir. Por conseguinte, muitas pessoas estão a fugir voluntariamente”, explicou Jan Egeland numa entrevista à Euronews onde aconselhou a que o continente europeu se prepare para auxiliar refugiados de vários países, entre eles a Noruega.

“A Europa tem de se preparar para centenas de milhares de novos refugiados este inverno da Noruega, do norte para os países do sul da Europa”, advertiu o chefe do NRC.

Organizações humanitárias, tais como o NRC, a Cruz Vermelha e a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados, têm-se esforçado por prestar auxílio aos civis que ainda vivem no país palco de guerra há mais de nove meses. Porém, a ajuda não é suficiente e não chega a todos destacou Egeland.

“Milhões de pessoas receberam pouca ou nenhuma ajuda”, dado que as organizações humanitárias não podem ir “para além das linhas da frente e para áreas controladas pela Rússia”, justificou o funcionário da organização humanitária ao recordar que os idosos que viviam perto de Zaporíjia e queriam permanecer em casas “parcialmente destruídas” foram forçados a abandonar as suas residências devido às “temperaturas geladas”.

Os últimos números de outubro apontam para 6,54 milhões de ucranianos deslocados internamente, sendo esta guerra a causa da pior crise humanitária da história europeia recente. Cerca de 7,9 milhões de refugiados fugiram da Ucrânia desde que os tanques russos atravessaram a fronteira a 24 de fevereiro, estando a grande maioria em países vizinhos, ou seja, Polónia, Hungria, Eslováquia, Roménia e Moldávia. Contudo, um número significativo de refugiados tem sido acolhido noutros pontos da Europa.

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