A parceria, composta pela NeoGreen Hydrogen Corp (Canadá) e a portuguesa Frequent Summer, prevê investir mais de 1.000 milhões de euros na instalação de um complexo eletrolisador de mais de 500 MW.
Afábrica para a produção de hidrogénio ‘verde’ e combustíveis derivados em Sines, resultante do investimento da joint-venture NeoGreen Portugal, poderá criar 2.500 empregos diretos e indiretos, estimou esta segunda-feira um dos responsáveis.
Esta parceria, composta pela NeoGreen Hydrogen Corp (Canadá) e a portuguesa Frequent Summer, prevê investir mais de 1.000 milhões de euros na instalação de um complexo eletrolisador de mais de 500 MW (MegaWatts).
Face à escala deste investimento, “quer direta ou indiretamente, incluindo todos os subcontratados no desenvolvimento do projeto, estamos a falar de 2.500 empregos”, afirmou Rory Harding, vice-presidente para o desenvolvimento corporativo, aos jornalistas, no evento da assinatura do contrato de reserva de direito de superfície de 10,5 hectares na ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.
Este número tem como base métricas assentes no valor do investimento e no tamanho do projeto, acrescentou. Em declarações à Lusa, à margem do evento, o presidente executivo da aicep Global Parques, Filipe Costa, salientou que este investimento “é muito importante pelo montante do investimento, é uma atividade produtiva”.
Na verdade, acrescentou, “trata-se de um investimento de indústria química, tem o projeto de produzir matérias de base que podem servir para fazer combustível de transporte marítimo descarbonizável, ou seja, combustíveis verdes para o transporte marítimo”, sendo esse “o primeiro grande objetivo”.
E o outro é “a produção de hidrogénio que pode ser usado pelo cluster refinador petroquímica e químico de Sines, ele próprio em descarbonização e introdução de circularidade e quer para injetar na rede nacional de gás natural, com este objetivo que há de chegar a uma mistura progressivamente de 5%, 10%, 15%, 20% do mix do gás natural”, prosseguiu Filipe Costa.
Sobre os 2.500 postos de trabalho apontados pela joint-venture, o presidente executivo da aicep Global Parques, entidade gestora da ZILS, salientou que o “promotor apontou uma estimativa com base da experiência que tem noutros locais”.
O que “temos assistido em Sines é, numa zona que de facto não é conhecida por ter muita população e muita mão de obra, um enorme fluxo de investimento muito intensivo em capital, inclusive os investimentos que estamos a atrair para complexo portuário logístico e industrial de Sines são, sobretudo, investimentos intensivos em capital e não em mão de obra”, apontou.
Este tipo de investimentos “permitem não só que sejam criados empregos bem pagos, como que haja uma apreciação geral dos salários”.
Investimento da NeogGreen em Sines “é mais um passo” no caminho da transição energética.
O secretário de Estado da Internacionalização afirmou esta segunda-feira, em declarações à Lusa, que o investimento da NeoGreen em Sines “é mais um passo” no caminho da transição energética que Portugal “já começou a fazer”.
“Nós estamos a fazer uma aposta nas várias renováveis, nós, Portugal, começámos a nossa transição energética muito antes de toda a gente, há mais de 25 anos e começámos porque Portugal tem as condições para ter uma energia de base renovável: não temos petróleo, nem gás natural, mas temos tudo o resto, sol, vento, marés e temos hidro e geotérmica nos Açores”, afirmou Bernardo Ivo Cruz.
Ou seja, um mix de energias renováveis. “As alterações climáticas e a forma como o planeta está a sofrer com 150 anos de utilização de combustíveis fósseis obriga a que façamos agora todos – o planeta todo – esta transição que Portugal já começou a fazer”.
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