Robôs a servir às mesas, inteligência artificial e cascatas luminosas são exemplos do que vai encontrar na Estação Menina Bonita.
Desde 27 de outubro, o futuro mora no número 36 da Avenida Infante Dom Henrique. Este foi o local escolhido em Lisboa para acolher a Estação Menina Bonita, projeto dos brasileiros Manoel Junior, de 55 anos, e Ana Penha, 48, que “alia a boa gastronomia com a mais alta tecnologia, proporcionando uma experiência que não se encontra em mais nenhum restaurante em Portugal”, afirmam os responsáveis.
O conceito, em que os clientes são recebidos e encaminhados para as mesas por robôs, sempre rodeados por cascatas luminosas, surge da história de amor que que remonta à adolescência dos donos, quando a dupla se conheceu. “Foi amor à primeira vista”.
Após um ano e meio juntos, contudo, Manoel e Ana acabaram por seguir caminhos separados. Os casamentos com outras pessoas e os filhos, porém, nunca os fizeram esquecer um do outro, razão pela qual, quando o mais velho se divorciou, resolveu procurar a antiga namorada.
A busca foi difícil, uma vez que Ana tinha adotado o nome do marido, mas deu frutos. Após pesquisas semanais nas redes sociais, Junior deparou-se com o perfil da ex-namorada e marcou um encontro, 25 anos após a separação. O sentimento que os unia acabou por falar mais alto e o par rumou a Portugal, onde se instalou. Três livros sobre a história do casal depois, nasce um restaurante, a mais recente forma que Manoel descobriu para homenagear a sua “menina bonita” e um “amor que transcende o tempo e a distância”.
Para dar forma à ideia, que pretende criar um programa “único” aos clientes, que vá para além de um restaurante com boa comida, até “porque isso é fácil de encontrar em Portugal”, Manoel serve-se da longa experiência com tecnologias, resultado dos seus anos na construção e engenharia. Ergue-se, assim, um conceito futurista, no qual todos os elementos foram cuidadosamente pensados para que os visitantes vivam momentos irrepetíveis, desde o momento em que entram no espaço.
O staff é composto por 10 robôs. Um deles, o Kettybot, está encarregue de guiar os convivas aos respetivos lugares. Já os Bellabots, seis no total, servem às mesas, permitindo que os funcionários humanos possam passar mais tempo junto dos comensais e não a percorrer o percurso entre a sala e a cozinha. Enquanto isso, os três Hollabots, com capacidade para carregar 100 quilos, tratam da loiça suja, ajudando os colaboradores a levá-la até à copa.
Tudo isto num ambiente marcado por “janelas falsas, que passam imagens de paisagens, uma cascata digital no centro do bar com designs personalizados e um sistema de bolas LED para um espetáculo de luzes inesquecível”.
A proposta gastronómica, que a par da tecnologia é uma das grandes protagonistas do espaço, preparado para receber até 300 pessoas, é obra de Lyon Frutuoso e Márcio Rodrigues, que desempenham, respetivamente, o papel de chef executivo e consultor. Juntos, prepararam uma viagem pelos quatro cantos do mundo, possível através de pratos de 15 países, do Peru ao Uruguai, Brasil, Itália, França, Tunísia, Argélia e Japão.
Da carta, os responsáveis destacam, por exemplo o lomo parrillero, um corte de bovino grelhado banhado em manteiga fumada e equilibrado com variados legumes e sal grosso (24,5€), que é a sugestão favorita de Manoel, e o camarão colonial, criado pelo próprio, cujo “contraste entre os sabores da cama de batata doce, o camarão e o pêssego”, tem surpreendido quem embarca nesta estação. O fileto piemontose, “que junta tradições italianas com inspiração francesa” (28,5€), também deve ser sempre considerado na hora de fazer o pedido. “Podia comer este todos os dias”, diz Ana.
Para acompanhar, pode escolher uma das referências da vasta seleção de vinhos, especialmente pensada para o restaurante, ou optar por uma das chamadas “poções mágicas” (35€). São sangrias criadas, em específico, para a casa, com sabores de países como o Haiti e a Croácia.
Termine com o Italian Cake, uma reinvenção do bolo de cenoura, com cobertura de mascarpone, “que consegue um equilíbrio inesquecível de sabores” (6€). O Amazónia Ice, que junta mousse de chocolate e gelado de castanha do Pará (6€), é ideal para os que preferem opções mais frescas.
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