A percentagem de residentes estrangeiros em Portugal aumentou. É maioritariamente feminina, fixa-se no litoral e é jovem, habilitada e economicamente ativa.
O número de estrangeiros em Portugal aumentou. Representavam, em 2021, 5,2% do total da população, sendo a comunidade brasileira a maior. A população estrangeira é maioritariamente feminina, jovem e com habilitações ao nível da escolaridade secundária. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou, nesta segunda-feira, os dados definitivos dos Censos 2021, numa publicação sobre a população de nacionalidade estrangeira residente em Portugal.
De acordo com os resultados dos Censos 2021, à data do inquérito, residiam em Portugal 542.165 pessoas de nacionalidade estrangeira, representando 5,2% do total da população residente, um valor superior aos 3,7% verificados em 2011. A nacionalidade brasileira totalizava 36,9%.
Relativamente a 2011, e exceto os Açores, todas as regiões registaram um acréscimo no número de estrangeiros. O grupo de nacionalidades mais representativas alterou-se, com um aumento de cidadãos de países asiáticos e da União Europeia (UE) e um decréscimo de residentes dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP).
Os estrangeiros residentes em Portugal eram maioritariamente mulheres, 51,0%, e mais jovens do que a população portuguesa, o que é evidenciado pela maior proporção de pessoas em idade ativa (entre os 15 e os 64 anos). A idade média da população estrangeira era de 37,3 anos, valor mais baixo do que o da população portuguesa. Mais de 68% da população estrangeira (dos 15 aos 64 anos) era economicamente ativa e 60,5% encontrava-se empregada.
Os níveis de escolaridade da população em idade ativa (dos 15 aos 64 anos) eram, de um modo geral, mais elevados na população de nacionalidade estrangeira, comparativamente com a população portuguesa. Enquanto 24,1% da população de nacionalidade portuguesa tinha um nível de escolaridade inferior ao 3º ciclo do ensino básico, no caso da população de nacionalidade estrangeira, essa percentagem era de 18,4%. No ensino superior, as percentagens eram semelhantes, com cerca de 24% da população estrangeira e portuguesa a terem concluído esse nível de escolaridade.
Analisada a condição perante a atividade económica, verificava-se que cerca de 55,4% da população estrangeira era economicamente ativa, valor que correspondia a 46,1% na população de nacionalidade portuguesa.
De acordo com os Censos 2021, a maior comunidade estrangeira residente em Portugal era a brasileira, com 199 810 pessoas (36,9%). A comunidade angolana era a segunda mais representada, com 5,8%, seguindo-se a cabo-verdiana com 5,0%. Integravam ainda o conjunto das nacionalidades mais representativas, o Reino Unido, 4,5%, a Ucrânia, 3,9%, a França, 3,5%, e a China (3,1%). Ainda com valores acima dos 10 mil residentes encontrava-se a população nacional da Guiné-Bissau, Índia, Roménia, Itália, Espanha, Alemanha e São Tomé e Príncipe.
Tendo como referência o peso relativo da população estrangeira sobre o total da população residente, o Algarve destacava-se como a região onde os cidadãos estrangeiros estavam mais representados, totalizando 14,5% do total da população residente na região. Seguia-se a Área Metropolitana de Lisboa, com 8,9% dos residentes de nacionalidade estrangeira. Nas restantes regiões, a população de nacionalidade estrangeira tinha um peso inferior à média nacional (5,2%).
A distribuição regional da população estrangeira apresenta alguma diferenciação entre o litoral e o interior do país. Os municípios com maiores proporções de estrangeiros estavam localizados no litoral do país.
Em Portugal apenas 5,2% dos seus residentes são estrangeiros, contrastando substancialmente com o Luxemburgo, por exemplo, que corresponde ao país europeu com maior percentagem de estrangeiros, 70,6%, entre os quais, muitos portugueses, que representam 14,8% do total de estrangeiros residentes nesse país.
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