A um mês do inverno, os serviços de urgências dos principais hospitais já registam grande afluência e até entupimento, com grande número de utentes a acorrerem a esta valência.
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o Hospital de S. João, no Porto, registaram fortes condicionamentos nas duas últimas noites. No Porto, na segunda-feira, foi atingido o maior número de sempre de utentes recebidos nas urgências.
Nelson Pereira, diretor do Serviço de Urgência do Hospital de S. João, explica à TVI que “tem a ver com a época do ano” a grande afluência registada. “Efetivamente estamos com muito mais infeções respiratórias”, confirma o responsável.
Ainda antes de uma eventual nova vaga de Covid-19, há boas notícias: os casos de infeção pelo coronavírus que levaram utentes às urgências ainda não estão a subir consideravelmente.
“Felizmente os casos não são na sua maioria Covid. Estamos com uma percentagem de positivos Covid-19 que é inferior a 10%, que é manifestamente inferior a outras épocas de outros anos. Há aqui um recurso aos serviços e urgência hospitalar por um número muito grande de pessoas com situações não urgentes”, explica Nelson Pereira, que lamenta que, em muitos casos, o recurso às urgências devia ter sido encaminhado para outros serviços.
Naquela unidade hospitalar, 40% dos casos são pulseira verde ou azul (menos urgentes), um número que atinge os 50% no serviço de urgência pediátrica.
Ruben Rocha, diretor da Urgência Pediátrica do Hospital de S. João, tem a mesma posição: “A maioria das situações são casos ligeiros que deviam de ter outro tipo de cuidado noutro local. Deviam recorrer primeiramente aos cuidados de saúde primária ou à linha SNS 24
Nelson Pereira recomenda que os portugueses ajudem a evitar um ‘entupimento’ das urgências e recorram a este serviços apenas quando mesmo necessário: “Tomar um paracetamol, um bem-u-ron, para baixar a febre. Estar atento a sintomas respiratórios mais graves, dificuldade respiratória, ou se a a febre não baixa. E contactar o SNS 24, que fará uma triagem da situação e só encaminhará para os hospitais as situações mais graves”.
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